Um país assimétrico no acesso à cultura
Um país assimétrico no acesso à cultura
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Os dados do INE permitem traçar o panorama do acesso à cultura nos concelhos portugueses. Em 41% dos municípios não há salas de espetáculo. Lisboa concentra um quarto da oferta e 60% das receitas.
Grupo Marktest
19 julho 2016

Os dados do INE, relativos ao seu Inquérito aos Espetáculos ao Vivo e disponíveis no sistema de geomarketing Sales Index da Marktest e na sua aplicação web Municípios Online, mostram como a distribuição das salas de espetáculo é bastante assimétrica no país.

Em 2015, o INE estima em 352 o número de recintos para espetáculos ao vivo, que dispõem de 521 salas e no total têm uma lotação de cerca de 234 mil lugares. Os dados do INE mostram ainda que, em 2014, estas salas receberam um total de 10,7 milhões de espetadores, responsáveis por uma receita superior a 70 milhões de euros, uma média de 6,57 euros por espectador.

A oferta destes equipamentos está no entanto bastante concentrada num pequeno número de concelhos. Lisboa, sozinha, representa 13.8% do número de salas e um quarto da lotação (25.1%). O Porto é o segundo concelho, concentrando 6.7% do número de salas e 6.1% da lotação.

Se a estes dois concelhos juntarmos Funchal, Lagoa e Coimbra, obtemos 26.1% do número total de salas de espetáculos. E se àqueles dois concelhos juntarmos Guimarães, Funchal e Évora, obtemos 43% da lotação destas salas.

O gráfico seguinte mostra o posicionamento dos concelhos do Continente face a 3 variáveis: no eixo horizontal, o número de salas de espetáculos ao vivo, e no eixo vertical, o índice de poder de compra. A dimensão dos círculos corresponde à população residente e as cores dos círculos representam as regiões Marktest a que pertencem os concelhos. Clicando na legenda podem retirar-se ou adicionar-se concelhos.

Em número de espetadores, o peso de Lisboa é ainda mais relevante, tendo representado 23.7% do total em 2014. O Porto representou 12.6% e Santa Maria da Feira 4.7%. Com Setúbal e Braga, obtemos 48.7% dos espectadores de sessões ao vivo.

Em termos de receitas, a assimetria é ainda maior, pois o concelho de Lisboa concentrou, sozinho, 60% do total de receitas de espetáculos ao vivo em 2014. O Porto representou 11.7% e Oeiras 7.7%. Juntamente com Odemira e Santa Maria da Feira, 83.1%.

Os dados disponíveis permitem ainda ver que o concelho de Castelo de Vide é o que possui maior lotação média das suas salas, pois a única que possui tem lotação para 3000 pessoas. Guimarães (2873) e Elvas (2394) são os concelhos seguintes.

Em Santa Maria da Feira, pelo seu lado, registou-se um maior número de espetadores por sala, 500 mil, seguido de Fundão (234 mil) e Setúbal (180 mil).

Finalmente, em Paredes de Coura observou-se um valor médio mais elevado de receitas por espectador, de 37,03 euros, seguido de Oeiras (32,10 euros) e Odemira (20,32 euros).

Esta análise foi realizada com base em informação disponível na aplicação Municípios Online. Contacte-nos para mais informações sobre este assunto.

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