Glossário de termos
Sistema de recolha de entrevistas com apoio de computador. O questionário é construído no software MARKTAB, da Marktest e o entrevistador verbaliza as questões a partir do ecrã, registando as respostas directamente no computador.
O sistema é especialmente adequado para questionários complexos (exemplo: se um inquirido respondeu sim à pergunta 5 e muito insatisfeito à pergunta 7, então passa para a pergunta 9; se respondeu não à pergunta 5 e muito insatisfeito à pergunta 7, então passa para a pergunta 10; etc.). Nestes casos o computador, e não o entrevistador, rapidamente selecciona qual a pergunta seguinte, evitando erros de decisão, pausas ou desconcentração.
Como as respostas são introduzidas directamente no computador, evitam-se também muitos tipos de erros de registo e a informação fica disponível mais rapidamente.
Como as respostas são introduzidas directamente no computador, evitam-se também muitos tipos de erros de registo e a informação fica disponível mais rapidamente.
Como Funciona o Sistema CATI-Network da MARKTEST
Componente de Hardware
O sistema CATI da MARKTEST é constituído por um conjunto de computadores - um por entrevistador - ligados em rede informática a um computador central também denominado servidor, constituindo um CATI-Network.
Cada terminal de computador está, por sua vez, ligado a um telefone, de forma a possibilitar que o mesmo terminal, consulte o ficheiro de números de telefone localizado no servidor e marque o número seleccionado para cada entrevista. Dependendo do resultado do contacto (entre-vista realizada, a contactar posteriormente, recusa, etc.) o terminal "informa" o servidor da situação do número de telefone. Dependendo do resultado do contacto, este elimina-o da lista de contactos futuros ou contacta-o automaticamente após o período estabelecido. Entretanto o entrevistador continua a realizar outras entrevistas, sem se preocupar em gerir esse período.
A ligação em rede permite também várias facilidades na gestão da recolha:
• as coordenadoras podem, a qualquer momento, visualizar no ecrã do seu terminal, e em directo, o decorrer da entrevista de qualquer entrevistador, enquanto escutam o diálogo, por um telefone de via única
• gestão integrada dos números de telefone – gestão de contactos, selecção aleatória, etc.
Actualmente, o sistema compreende 183 terminais, estando 143 nas instalações de Lisboa e 40 nas do Porto. Os nove centros de recolha existentes (oito em Lisboa e um no Porto), estão interligados por linhas de comunicação.
Componente de Software
O MARKTAB - software específico da MARKTEST para recolha no sistema CATI, permite a gestão global de cotas no conjunto de todos os entrevistadores, e faz a gestão destes, recorrendo a uma base de dados geral de número de telefones.
É possível registar e saber, a qualquer momento, a situação dos contactos efectuados: entrevistas realizadas, recusas, desistências, fora de cotas, não atendimento, etc. Essa análise pode ser feita no global ou por entrevistador, o que auxilia a análise estatística de cada estudo e do desempenho de cada entrevistador.
Estas potencialidades permitem um apurado controle de qualidade instantâneo, em qualquer momento, melhorando assim a gestão dos recursos e a detecção de problemas na sua fase inicial.
O software de aplicação de questionários apresenta poderosas potencialidades e a possibilidade de aleatorizar, rotacionar ou condicionar a sequência de hipóteses de resposta, perguntas ou blocos temáticos de um estudo.
No marketing, a estratificação social dos consumidores é, actualmente, uma ferramenta colocada ao mesmo nível-base de utilização que as variáveis sexo, idade, ou regiõesgeográficas, entre outras. No entanto distingue-se destas por inúmeras características, de onde salientaremos a existência (implícita ou explícita) de pressupostos teóricos e a sua dependência de períodos temporais, logo, de actualizações periódicas.
As Classes Sociais MARKTEST, são um modelo de categorização social que procura, acima de tudo, reflectir a capacidade económica dos consumidores e não criar um modelo unânime e de utilização universal, tarefa esta que seria praticamente impossível de concretizar.
Durante 1992 uma equipa multidisciplinar da MARKTEST realizou a primeira fase de uma aprofundada investigação sobre esta problemática. Esse trabalho deu origem a uma categorização, estatisticamente fundamentada, que foi utilizada de 1993 a 1998. Esta categorização, tinha como indicador subjacente o rendimento mensal líquido do agregado familiar( RMLF) em que o indivíduo está inserido. No entanto, atendendo às limitações com que em estudos de mercado nos deparamos na obtenção do rendimento (principalmente abstenções), não é utilizado o RMLF, mas sim um conjunto de sete variáveis sem as referidas limitações e que, simultaneamente, têm a capacidade de reflectir a posição de um indivíduo perante aquela variável.
Variáveis utilizadas na determinação da Classe Social MARKTEST
Variáveis relativas ao Referencial do Lar
- Situação na Ocupação
- Ocupação
- Instrução escolar
- Sexo
- Idade
Variáveis relativas ao Lar
- Composição do Agregado Familiar
- Regiões MARKTEST
Do modelo então criado, resultaram 5 grupos com a seguinte distribuição percentual:
Mas, o trabalho não ficou por aqui. Logo em 1992, estabeleceu-se realizar uma 2ª fase de actualização e aperfeiçoamento do modelo, partindo da experiência que viesse a ser obtida e de alguns pontos que já na altura se considerava necessário aprofundar. Entre eles destacavam-se os seguintes:
- Os reformados:
A classe D apresentava um elevado peso de reformados, tendo-se verificado que o sistema de classificação da Ocupação, então utilizado pela Marktest, poderia estar a contribuir para tal. O facto de então não ser considerada a profissão que precedia a reforma, não permitia a discriminação destes, nem a diferenciação de rendimentos provenientes da reforma. - Desconhecimento da probabilidade média de pertença a uma classe:
As zonas de fronteira entre cada classe eram pouco definidas, fazendo com que a probabilidade de inclusão de indivíduos presentes nos extremos dos vários clusters, não fosse conhecida à priori. Esta situação deve-se ao facto do método classificar os indivíduos através de uma Análise Multivariada, e os resultados obtidos serem probabilísticos.
Variáveis Utilizadas
Durante o período que intermediou as duas fases da investigação tomaram-se então as seguintes medidas:
- Recolher a informação da profissão que antecedia a reforma
Foram criados 5 grupos de reformados, dependendo da sua última profissão na vida activa. Para a análise dos dados, os dois últimos foram agrupados, resultando por isso em 4 grupos.
RGO 1- Reformados de Quadros Médios e Superiores
RGO 1.1 - Quadros Superiores
RGO 1.2 - Quadros Médios
RGO 2- Reformados de Técnicos Especializados e Pequenos Proprietários
RGO 2.1 - Técnicos Especializados
RGO 2.2 - Pequenos Proprietários
RGO 3- Reformados de Empregados dos Serviços /Comércio/Administrativos
RGO 4– Reformados de Trabalhadores Qualificados/Especializados
RGO 5– Reformados de Trabalhadores não Qualificados/não Especializados
- Incorporar a Situação na Ocupação na classificação das Ocupações:
Concluiu-se, também, que a Situação na Ocupação deveria ser incorporada nos Grupos Ocupacionais ( GOs), de forma a que uma mesma Ocupação tivesse diferentes classificações, dependentes da Situação Profissional de cada caso. - Aperfeiçoar o sistema de classificação por ocupações:
Estudou-se as ocupações de forma detalhada. Para isso, foi-se conhecer o Índice Económicode cada Ocupação, de forma a procedermos a um reagrupamento, em que cada grupo apresentasse a menor heterogeneidade económica possível. Após a incorporação da Situação na Profissãoordenaram-se os 77 subgrupos resultantes e criou-se a classificação por Grupos Ocupacionais ( GOs), que passou a ser utilizada nos estudos da Marktest. O facto da Marktest possuir agora bases de dados mais completas e detalhadas que em 1992, foi muito importante para este trabalho.
Grupos Ocupacionais (síntese)
- GO 1-Quadros Médios e Superiores
- GO 1.1 - Quadros Superiores
- GO 1.2 - Quadros Médios
- GO2- Técnicos Especializados e Pequenos Proprietários
- GO 2.1 - Técnicos Especializados
- GO 2.2 - Pequenos Proprietários
- GO3- Empregados dos Serviços / Comércio / Administrativos
- GO4- Trabalhadores Qualificados / Especializados
- GO5- Trabalhadores não Qualificados / não Especializados
- GO7– Estudantes
- GO9
- GO 9.1 - Domésticas
- GO 9.2 - Reformados/Pensionistas/Aposentados
- GO 9.3 - A viver de rendimentos
- GO10– Desempregados
- Variável Instrução mais detalhada:
O número de escalões de grau de Instruçãofoi ampliado de forma a que cada escalão tivesse uma menor heterogeneidade de indivíduos.
Grupos de Instrução escolar
- Não sabe ler nem escrever/Analfabeto
- Primária incompleta / Sabe ler/escrever sem ter completado a primária
- Primária Completa
- Ciclo Preparatório(completo)
- 9º Ano unificado ou antigo 5º ano dos liceus(completo)
- 11º / 12º unificados ou antigo 7º ano dos liceus(completo)
- Curso profissional / artístico
- Curso médio / frequência universitária / bacharelato
- Licenciaturaem Enfermagem, Serviço Social, Educador(a) de Infância, Ensino Primário, Turismo, Secretariado, Contabilidade e Documentação
- Restantes Licenciaturas
- Mestrados/Pós Graduações
- Doutoramento
Quantificação das Classes Sociais Marktest
Partindo da matriz de cruzamento das variáveis Grupos Ocupacionais e Instrução, agora preenchida com a população presente em cada célula, foram-se agrupando células por processo cumulativo, definindo o limite de cada grupo ao atingir dimensões próximas (tanto quanto possível) da respectiva Classe Socialno sistema criado na fase de 1992.
Este processo de estudo e investigação que culminou com a quantificação das Classes Sociais Marktest apresentada em 1998, teve por base os Censos realizados em 1991 pelo INE.
Em 2003, tendo por base os Censos de 2001, as Classes Sociais MARKTEST foram redimensionadas para os valores obtidos nesta actualização.
O quadro seguinte, resume a quantificação das Classes Sociais Marktest ao longo das 3 fases atrás referidas:
Na perspectiva de planeamento, corresponderá à percentagem de indivíduos cuja probabilidade de contacto com o suporte é superior a zero.
Quando num plano, a Cobertura conseguida por um suporte é igual à Cobertura Máxima, diz-se que o suporte está saturado.
Exemplo: um utilizador, após carregar uma página, visualiza-a durante 20 segundos. Passa-a para segundo plano (por ter aberto uma outra janela do navegador ou activar uma janela de um outro programa, por exemplo) durante 15 minutos e volta a activá-la (1º plano) 30 segundos. Serão contabilizados 20+30=50 segundo de contacto, para essa página.
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