Patrícia Rodrigues na 1ª pessoa
 Patrícia Rodrigues | Concorreste... ...porque precisava de um desafio diferente. E o prémio? O apareceu como um incentivo de peso, porém a verdadeira recompensa foi aperceber-me que o meu trabalho tem valor, que o que crio tem qualidade, é apreciado. Uma onda de auto-estima, um presente para o meu ego... Escrever é... ...transpor o intransponível. O que te faz sorrir? Mar, pôr do sol e o verde das árvores. Quando fechas os olhos... Ultrapasso as fronteiras da escuridão e embarco num mundo de formas e imagens abstractas. Um cheiro para toda a vida: Canela Se fosses um alimento... Laranja, doce para uns, amarga para outros. Qual o melhor dia do ano? Talvez o primeiro dia de aulas, o inspirar de uma brisa sufocante de esperanças. O que te indigna? O aparente, malditas aparências!!! Qual a profissão que nunca exercerias? Aquela que se unisse à monotonia e me roubasse a identidade. Sentes-te autêntica quando... Quando crio algo, o meu algo... aí sim, sei que não sou uma cópia. Se pudesses... Dava a volta ao mundo, fugia para bem longe... Batem à porta. Quem mais temes encontrar? O vazio(solidão), a morte(desconhecido) e a fuga do tempo( futuro). Amanhã poderás libertar-te do teu corpo e ocupar um outro. Quem gostarias de habitar? Ver o mundo com outros olhos, tocá-lo com outras mãos, beijá-lo com outra boca... Gostava de vestir a pele de alguém que me fosse próximo, talvez assim conseguisse percebê-la melhor, ou habitar o corpo de alguém culturalmente diferente. Se te dessem a oportunidade de saber o dia da tua morte, terias a audácia de desvendar os segredos do destino? Seria cobarde. Se soubesse a data fatal, daria mais valor à vida, contudo, ela estaria sempre presente na minha mente a pressionar-me. Não viveria, apenas lutaria contra a morte. O imprevisto dá sabor à vida; sabendo o dia da minha morte, ela seria insossa. Finalmente, a máquina do tempo foi elaborada, tens a oportunidade de embarcar nela. Qual a data que inseririas no seu ficheiro? Retornaria ao tempo em que as mulheres enfrentavam uma cruel sociedade machista nas ruas, empunhando cartazes e gritos roucos. Uma época atribulada, durante a qual o mundo vestiu saias e usou soutien. Todos os relógios no mundo param. O tempo cansado adormece e não pretende acordar. Vida eterna, bom ou mau? Vida e morte, dois antónimos que, separados, não teriam sentido. Se a morte não existisse, a vida não teria preço de relíquia, o cansaço acabaria por se tornar insuportável. Mas se vivêssemos mais uns trezentos anos seria óptimo... Patrícia Rodrigues (11ºC) |