Entrevista com o Presidente do Grupo Marktest

placeholder Marktest.com.noticias entrevista o presidente do grupo Marktest para saber como foi o ano de 2003 e quais os projectos para 2004.


Marktest.com: Como foi o ano de 2003?

L.Q.:
No ano de 2003 concretizámos a entrada da WPP no grupo Marktest que foi uma decisão dos sócios amplamente amadurecida e que muito contribuiu para fortalecer a base accionista do Grupo de molde a preparar as empresas para os desafios do futuro.

A actividade da Sabatina foi integrada na Mediamonitor com sucesso. Isso representou um esforço considerável só possível por uma forte dedicação de toda a equipa envolvida na operação, tanto da Mediamonitor como dos elementos que transitaram da Sabatina.

Na Marktest, o principal esforço de investimento, quer técnico, quer financeiro, orientou-se para os novos produtos associados ao Painel de Consumidores: o Marktest Retail Index, MRI e o Marktest Consumer Index, MCI.

Na Marktest Audimetria, tal como planeado e na sequência das decisões anteriores, consolidámos, em estreita colaboração com os utilizadores, a ampliação do painel de 850 para 1000 lares.

Na Markdata trabalhou-se arduamente no aperfeiçoamento da nova estação de trabalho, a MMW (Markdata Media Workstation), agora pronta para enfrentar a forte concorrência internacional. A empresa está hoje confiante para poder afirmar-se como líder mundial nas aplicações de media e publicidade.

A Novadir que é a mais jovem empresa do grupo consolidou-se e prepara-se para se afirmar num vasto e muito concorrencial mercado de estudos ad’hoc onde nós praticamente não estávamos presentes.

Em resumo, no ano transacto, apesar de ter sido um ano difícil, os resultados da actividade do grupo foram claramente positivos o que só foi possível pelo esforço, dinamismo, criatividade e capacidade de inovação dos nossos colaboradores.


Qual vai ser a estratégia do grupo para continuar a crescer? Quais as áreas em que prevê maior crescimento?

L.Q.:
O mercado dos meios, o nosso core business tradicional (falo não só da televisão, mas de todos os meios) é um mercado maduro com taxas de crescimento muito baixas e com rentabilidade decrescente. A concentração de algumas empresas de media e de publicidade tem provocado uma restrição da base de clientes que muito nos tem afectado. Por isso necessitamos de diversificar e inovar para manter a liderança. E isso está a ser feito.

A medição dos investimentos publicitários foi um desenvolvimento natural do negócio da media. A Mediamonitor é hoje uma empresa com forte dinâmica de inovação graças a um trabalho duro e persistente. Para o sucesso deste serviço foi também decisivo o contributo tecnológico das aplicações da Markdata que permitiram uma mais-valia muito grande.

O clipping é um negócio novo e promissor, mas é também um negócio onde enfrentamos uma forte concorrência e onde não existe uma grande fidelidade por parte dos clientes.

O teste que se está a realizar com o novo audímetro (PPM) da Arbitron criou uma grande expectativa sobretudo nos operadores de rádio e televisão. Estamos empenhados a trabalhar para cumprir os prazos e objectivos do teste de modo a não defraudar essa expectativa.

A Marktest está fortemente empenhada na construção e consolidação de um painel de consumidores. Mas podemos e devemos desenvolver outros produtos na Marktest. Estamos atentos e preparados para medir as audiências de publicidade exterior e esperamos apenas que o mercado e muito em particular os operadores confirmem o interesse nesta medição.

A Novadir duplicou as vendas em 2003. A empresa reforçou-se e está agora preparada para concorrer no mercado de estudos ad’hoc o qual tem um elevado potencial de crescimento.

Na vertente da informática, saliento a Markdata que tem uma importante posição no software de media e publicidade e uma grande projecção internacional pois está presente em cerca de 25 países. Acreditamos que a ligação ao grupo Kantar facilitará a entrada das aplicações da Markdata em novos mercados.

O lançamento da MMW foi um importante acontecimento de 2003. Em Março deste ano será feita de modo mais formal a apresentação internacional desta ferramenta num encontro que decorrerá em Madrid e onde contamos com mais de 40 participantes vindos dos mais diversos países.

Também na Marktest se está a trabalhar para melhorar algumas das ferramentas existentes e desenvolver outras. Hoje temos dentro do grupo uma fabulosa equipa de programadores e estamos a fazer esforços para fazer convergir todas as nossas valências nesta área. Já estão a ser dados os primeiros passos e eu espero que as coisas evoluam rapidamente no sentido duma maior harmonização dos desenvolvimentos.


Acha que as empresas do Grupo estão preparadas para, no futuro, continuar a sustentar este forte crescimento?

L.Q.:
Apesar da crise que afecta o país, o nosso grupo desfruta, hoje em dia, de uma situação bastante favorável, pois estávamos preparados para a crise. Por isso eu estou confiante em relação ao futuro. Mas não podemos nem devemos adormecer embalados pelo sucesso. O êxito muitas vezes leva as empresas a relaxar, a perder a forma e a abrir flancos que as podem levar a perder tudo o que se ganhou.

Teremos que saber aproveitar a situação e conduzir o grupo para um novo patamar sem nos deixarmos embalar pelo sucesso nem deixarmos que os nossos colaboradores adormeçam.
Uma empresa tem de saber evoluir, procurar constantemente novas soluções, manter um saudável clima de competitividade interna e externamente. O trabalho fácil, repetitivo e pouco inovador, conduz à mediocridade, a hábitos de esbanjamento, a processos de redundância.

Questionar continuamente os processos de trabalho, as rotinas existentes, exigir o óptimo quando se tem o bom, surpreender os clientes em vez de apenas os satisfazer, essa é a receita mais difícil mas é também, e terá de continuar a ser, a receita do sucesso de todas as empresas do Grupo Marktest.

Arquivo de notícias

Em Agenda ver mais