Internet 2019: mais equipamentos por pessoa Internet 2019: mais equipamentos por pessoa ![]() A recente publicação do Bareme Internet 2019, dá-nos a conhecer a evolução na relação dos portugueses com a Internet, nos últimos 12 meses. Grupo Marktest 24 setembro 2019 ![]() Numa fase em que a larga maioria dos portugueses já utiliza a Internet quotidianamente e certos grupos populacionais atingem praticamente o pleno de acesso, não se esperavam evoluções acentuadas na paisagem online nacional, no espaço de um ano. E os resultados agora disponíveis, assim o confirmam. O primeiro dado geral a destacar é o ligeiro aumento do acesso à Internet (4 pontos percentuais), entre as duas edições do estudo. Em 2019, 75% dos portugueses com 15 e mais anos têm agora acesso (mesmo que esporádico) à Internet em pelo menos uma das seguintes plataformas: computador (particular ou profissional), telemóvel ou tablet. Em 2018, esse valor era de 71%. O segmento dos internautas que visitam sites pelo menos uma vez por mês representa agora 72% do universo em estudo, tendo tido um crescimento de 3 p.p. Este artigo analisa alguns dos principais dados, relativamente a este último grupo: portugueses que acedem a sites pelo menos uma vez por mês, o qual constitui a base de audiências do netAudience. Mais utilizadores regulares e mais plataformas por pessoaDois pontos principais se destacam na comparação 2018-2019:
Nos 12 meses que intermedeiam a anterior e esta edição do Bareme Internet, o número de cibernautas regulares (pessoas com 1+ acessos mensais a páginas web) cresceu 3 pontos percentuais, chegando agora a 72% dos residentes em Portugal Continental com 15 e mais anos. Neste intervalo de 1 ano, registou-se um aumento de utilizadores regulares em todas as principais plataformas, com especial ênfase para o mobile phone (+ 9 pontos percentuais) e para o PC (+ 5 p.p.). O tablet apresenta valores marginais de crescimento, na continuidade da estagnação desta plataforma, após um crescimento que atingiu o seu pico em 2016. Sendo os crescimentos no mobile phone e no PC superiores ao crescimento global (+ 3 p.p.), constata-se que os crescimentos de cada plataforma ocorrem principalmente através de pessoas que passaram a usar mais equipamentos diferentes. E que apenas um número comparativamente reduzido de pessoas iniciam agora a utilização de internet web de forma regular. Mobile aumenta a predominânciaNo ano passado, apesar do telemóvel já liderar no acesso à internet em Portugal, ainda perdia para o computador, quando analisados os utilizadores regulares (PC - 55%, phone – 52 %). Em 2019, a contínua ascensão do mobile leva esta plataforma a conseguir mais um pódio, liderando agora também nos utilizadores regulares de páginas web: é usado por 61% do universo, ultrapassando o PC, que atinge 60%. Esta tendência longitudinal de afirmação do mobile manifesta-se também noutros indicadores. É o caso do volume bruto de impressões do conjunto de entidades auditadas pelo netAudience. Aqui, o share do mobile continua em crescimento representando, em Julho último, 55% do total de pageviews auditados. Mantém-se, assim a tendência de crescimento regular. O já referido crescimento no número total de utilizadores regulares de páginas web não se distribui uniformemente pela população, como seria de esperar pela assimetria já existente no passado. A análise gráfica seguinte sumariza a evolução dos internautas regulares de 2018 para 2019, nas várias plataformas estudadas, e analisa os resultados por Sexo, Idade e Classe Social. Como é visível nos dados multiplataforma (1ª coluna), a Cobertura global apenas cresceu de forma assinalável nas faixas etárias mais velhas (com aumentos de 5 e 6 p.p. nos segmentos 45-54 anos e seguintes) e nas classes mais baixas, únicos segmentos sociais onde ainda há espaço assinalável para o crescimento do acesso. Os crescimentos nas plataformas PC e telemóvel (2ª e 3ª colunas), são ligeiramente superiores aos globais, o que se traduz num aumento do número médio de plataformas por pessoa, como veremos nas análises seguintes. Sobreposição de plataformas em crescimentoA análise gráfica seguinte ajuda a compreender o grau de sobreposição entre as várias plataformas e a respectiva evolução de 2018 para 2019. Os diagramas de Venn revelam uma diminuição de utilizadores exclusivos de cada plataforma neste intervalo de tempo: apesar das áreas de cada círculo aumentarem, há um aumento ainda superior das áreas de sobreposição, pelo que as 3 áreas de exclusividade de cada plataforma são agora menores, tanto em percentagem como em número absoluto de indivíduos. O aumento da sobreposição resulta num crescimento relevante da percentagem de utilizadores de duas e três plataformas. O gráfico seguinte evidencia essa situação, ao quantificar a cobertura deduplicada dos vários níveis de sobreposição dos diagramas de Venn anteriores. No comparativo com o ano anterior, apenas se registam crescimentos nos subconjuntos [PC^mobile phone] (de 40% para 48) e [PC^MobilePhone^Tablet] (de 17% para 20%). Em contraponto, diminui a percentagem de indivíduos que usam exclusivamente uma plataforma. Essa contracção de utilizadores exclusivos de uma só plataforma é especialmente acentuada no conjunto de pessoas que apenas usam computador para aceder à Internet. Este grupo é o que apresenta a maior redução, com menos 8 p.p. (21% para 13%). Sumarizando por número de plataformas, constata-se que há um ano a percentagem de pessoas com acesso à Internet por uma única plataforma (independentemente de ser PC, smartphone ou tablet) era de 38%, tendo esse segmento, entretanto, uma redução significativa (- 10 p.p.), correspondendo agora apenas a 28%. O acesso por duas plataformas apresentou o maior crescimento, englobando agora mais de metade dos indivíduos (52%) com acesso regular, registando-se também uma subida na fatia dos utilizadores das 3 plataformas (de 17% para 20%). Mais utilizadores e com mais plataformasOs dados do Bareme Internet 2019 revelam, assim, uma tendência de crescimento, com algumas especificidades que merecem destaque:
Para aqueles de nós que trabalham com dados site-centric e ad-centric, este aumento médio do número de plataformas por internauta pode ter também um efeito prático relevante: a possibilidade de, em alguns casos, um aumento de Uniques (Unique Visitors, Unique cookies, etc.) resultar de mais dispositivos, mas não necessariamente de mais indivíduos. O crescimento revelado pelo Bareme Internet 2019 aumenta a probabilidade de uma mesma pessoa usar agora mais equipamentos do que antes, no contacto com uma entidade web ou uma campanha online. Daí também a importância dos estudos contínuos de quantificação e monitorização das audiências (pessoas) de conteúdos online. Contacte-nos se pretende mais informações sobre este assunto. ![]() Vítor Cabeça Director Adjunto na Direcção de Estudos de Meios na Marktest |
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