As eleições para o PE e o Barómetro Marktest /DN/TSF
17 junho 2004

placeholderEm Maio, o Barómetro Marktest/DN/TSF previa uma vitória indiscutível do PS nas Europeias, o que de facto veio a acontecer.

Vejamos os resultados do Barómetro e os resultados das eleições:

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Comparando estes resultados, conclui-se ter havido uma grande proximidade nas previsões do Barómetro e nos resultados eleitorais. A maior diferença resulta do valor atribuído no Barómetro aos “Outros, Brancos e Nulos” que é um valor muitos vezes fixado arbitrariamente, pela dificuldade de recolher este tipo de informação numa sondagem.

Se fixarmos esse valor na previsão do Barómetro, o que é uma prática normal, o quadro comparativo seria o seguinte:

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Como se pode ver, a coincidência de resultados é notável. A diferença mais significativa diz respeito ao PCP e poderá ser explicada pela elevada abstenção e maior fidelização dos eleitores do PCP.

A justeza da previsão da Marktest permite concluir que, à semelhança do que se verifica no Barómetro, estes resultados não seriam transpostos para eleições legislativas caso elas ocorressem hoje: o Barómetro mostra que o PS, em eleições legislativas, continuaria à frente mas com uma diferença menor em relação à coligação.

Uma outra questão prende-se com a eventual influência da morte de António Sousa Franco nos resultados das eleições para o Parlamento Europeu.

É muito difícil avaliar com precisão se a morte de Sousa Franco terá ou não tido influência nos resultados; e, caso tenha tido, avaliar qual terá sido o sentido e a amplitude dessa influência.

A morte de Sousa Franco teve uma influência directa no desenrolar da própria campanha que teve a sua fase final amputada. Existindo uma forte influência dos meios de comunicação sobre os eleitores, é natural que um acontecimento desta importância e com o impacto mediático que teve, exerça também influência sobre o eleitorado e sobre o seu comportamento face ao acto eleitoral. Na verdade, muitos outros factores, a começar pelos resultados das sondagens, influenciam os resultados eleitorais. Existe um fenómeno bem conhecido- a reflexividade- que influencia de forma dinâmica e permanente o comportamento dos eleitores até ao último minuto antes da votação.

Posto isto, e na ausência de indicadores fidedignos, apenas podemos avançar com algumas hipóteses sobre os efeitos do trágico acontecimento:

  • Terá havido uma diminuição da abstenção, resultado do forte impacto mediático do acontecimento que seguramente reforçou a notoriedade do acto eleitoral e terá tido um efeito mobilizador junto dos eleitores. Acreditamos que este efeito mobilizador (até pela componente emocional associada) terá sido mais forte do que o efeito desmobilizador, resultado da suspensão da campanha;
  • O impacto sobre as percentagens obtidas pelos partidos terá sido muito reduzido. De facto as sondagens já apontavam claramente para estes resultados. Nestas eleições fica-se com a impressão de que os resultados traduzem muito mais uma derrota da coligação do que uma vitória do PS. E isto teria acontecido em qualquer situação.


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