José Manuel Oliveira, Chief Operations Officer do Grupo Marktest 2009 aponta para ser um ano cheio de desafios para todos os agentes do mercado. Que forças serão usadas em 2009 no Grupo Marktest para fazer face a esta conjuntura? José Manuel Oliveira (JMO): Todos nós esperamos grandes dificuldades para 2009. Os nossos clientes terão budgets para research mais reduzidos, haverá menos dinheiro para a publicidade e assim por diante. Não irei falar muito mais da crise pois é a conversa mais comum dos tempos actuais e não desejo fazer um discurso que alimente a falta de confiança no futuro. O Grupo Marktest começou a preparar-se para este cenário de crise ainda em 2008 e as dificuldades sentidas com o lançamento do TGI foram o nosso primeiro alerta. Os próximos tempos serão difíceis mas acredito que com a equipa de pessoas que hoje trabalham no grupo, uma equilibrada combinação de experiência e juventude, vamos ultrapassar estas dificuldades abrindo novos caminhos para o desenvolvimento de novos produtos que vão ajudar os nossos clientes a acrescentar valor à sua actividade valorizando os seus produtos e serviços. A cultura do Grupo Marktest foi sempre muito orientada para o cliente, estar sempre muito próximo do cliente, compreender as suas dificuldades e aprender com essa relação de proximidade para desenvolver serviços que permitam de forma efectiva, através de uma pesquisa baseada no rigor e isenção, ajudar no seu processo de decisão. Nestes momentos de crise teremos que aprofundar ainda mais essa relação e investir fortemente na mesma para estarmos correctamente posicionados quando os tempos melhorarem. Será nestes momentos que se fortalecerão as relações de parceria com os nossos clientes que vão também ter a percepção do esforço que faremos para os ajudar com informação rigorosa a tomarem as melhores decisões para acrescentarem mais valor aos seus produtos e serviços. O que estamos a fazer para nos tornarmos mais bem preparados para os tempos que aí vêem? São muitas as acções já implementadas e outras ainda em fase de implementação tais como: Reforço do espírito corporativo do Grupo Marktest através de uma nova organização no sistema de governance da equipa. Centralização das diferentes áreas de recolha a nível de direcção e coordenação para podermos coordenar melhor a utilização dos recursos necessários à recolha de informação. Não podemos esquecer que este é uma das principais fases da realização de uma boa pesquisa. Sem boa informação não se poderão fazer bons estudos de mercado. Desenvolvimento de uma área para a criação e gestão de uma base de dados de contactos telefónicos fixos e móveis, face to face e por internet. Esta é uma necessidade que procuramos resolver já há alguns anos com a criação do chamado Acess Panel. Criação de uma área de Consulting onde pretendemos potencializar a informação recolhida de várias áreas de actividade. Criação de uma área de desenvolvimento para as aplicações internas de produção e análise da informação recolhida. Aposta forte no desenvolvimento da área da análise da Internet com o desenvolvimento do Sim.Net. A integração de dados "user-centric" e "site-centric" vai ser uma das nossas prioridades nesta área para 2009. São muito poucos os países que conseguiram avançar para uma solução destas. Isto é revelador das grandes dificuldades deste processo mas que acreditamos serão ultrapassadas em breve. Este ano iremos apostar ainda mais na área da Grande Distribuição. Temos agora no Grupo uma pessoa com muita experiência nesta área que veio assumir a direcção da mesma, permitindo o seu desenvolvimento. O produto designado por Precise será fruto de fortes investimentos para seu desenvolvimento ao longo do ano, bem como a criação de novos produtos como o "Foliotrack" para a análise dos folhetos promocionais das grandes superfícies e o "Barómetro de Frescos" este ainda em estudo relativamente à sua data de lançamento. Este ano iremos ainda reforçar a estrutura da Marktest Angola onde já realizamos o estudo AMPS há 2 anos. Vamos introduzir em Angola o Planview Multimedia e importantes melhorias no serviço de Adex e Clipping. Mcom: Relativamente ao estudo TGI, que desafios se apresentam a este estudo para 2009 e que soluções serão apresentadas? JMO: O TGI, produzido pela primeira vez em Portugal no ano de 2008 ficou muito abaixo das expectativas em termos comerciais. Tratou-se de um bom produto lançado no timing errado, contudo não somos de atirar a toalha ao chão e voltamos a investir muito neste produto para 2009, uma vez que acreditamos tratar-se de um produto fundamental para a definição estratégica das políticas de marketing dos produtos e marcas. O TGI foi muito solicitado por muitos clientes no passado e por isso cremos que vai ser uma ferramenta fundamental para as empresas e marcas, para as agências criativas e de media e até para os próprios Media. Mcom: E relativamente a novos projectos em desenvolvimento para 2009? JMO: Eu tenho vindo a responder a esta questão ao longo de toda a entrevista, contudo, gostaria ainda de referir alguns pontos que considero importantes e que ainda não abordei. A Marktest Audimetria está a desenvolver o seu meter Probe com uma nova tecnologia que vai permitir medir audiências de TV em lares com Meo ainda durante o ano de 2009. Trata-se de uma tecnologia idêntica ao que hoje já utilizamos para medir as boxes digitais da Zon. A Markdata, por outro lado, está mais internacionalizada. Durante o ano de 2009 deverá marcar presença em pelo menos mais 4 países, fruto do acordo de longo prazo assinado com a Telecontrol, empresa do grupo GfK. A aquisição da maioria do capital da Medialog por parte da Markdata veio facilitar uma maior colaboração entre as duas empresas permitindo desenvolver um software que permite utilizar um sistema de gestão de agências de publicidade e media como é o caso do Adlog com o planeamento de meios com preços negociados, etc. (Planview, CMS, Advisor e Adlink). A reunião Internacional da Markdata que se realizará em finais de Abril poderá contar com participantes de mais de 30 países. Nesta reunião serão apresentadas muitas novidades relativamente ao software MMW. A Markdata possui ainda escritórios em Londres, Madrid e Varsóvia para suporte directo aos seus clientes. Mcom: Como evoluiu o Grupo no contexto do mercado nacional? Que vantagens apresenta para se diferenciar da concorrência? JMO: O Grupo Marktest fortaleceu-se muito durante o ano de 2008 e preparou-se bem para enfrentar 2009. Na Marktest aquilo que fazemos só fazemos se estivermos certos que estamos a fazer bem e correctamente. Nas áreas onde não houver condições para continuar a desenvolver o trabalho que estamos a fazer com qualidade preferimos parar do que fazer sem garantias de qualidade ao nível da significância estatística por razões económicas resultantes da crise económica que vivemos actualmente. Eu penso que uma das grandes vantagens do Grupo Marktest é sem dúvida o seu capital humano, de gente altamente qualificada e dedicada à empresa e aos seus clientes. Temos uma equipa fantástica criada ao longo de muitos anos que pretendemos fazer crescer. O Grupo Marktest possui uma grande vantagem de poder gerar importantes sinergias dada a diversidade de áreas em que actua. Outra grande vantagem do Grupo Marktest tem sido a sua aposta contínua na inovação e criatividade, investigação e desenvolvimento de novas tecnologias. Mcom: Em 2008, o Grupo Marktest participou em inúmeros eventos e congressos. Essa estratégia é para continuar em 2009? JMO: Essa estratégia é para continuar em 2009. Estes eventos permitem-nos acompanhar o que se está a fazer lá fora e dar a conhecer o que fazemos em Portugal. Em Fevereiro faremos uma apresentação conjuntamente com um cliente na AEDEMO. |