Novadir implementa painel de médicos A Novadir, empresa do Grupo Marktest, desenvolve a sua actividade na área dos estudos de mercado “Ad-Hoc” com aplicação de metodologias quantitativas e qualitativas. Encontra-se vocacionada para segmentos de mercado específicos, como as áreas Médico-Farmacêuticas, onde está neste momento a implementar um Painel Médico, o MEDPANEL, tema para a entrevista que a Marktest.com Notícias realizou à sua Directora Geral, Rosa Amaro. Num mercado atractivo e com grande potencial de crescimento, como o dos estudos na área médica, a Novadir aposta forte na constituição do MEDPANEL, um Painel Médico que pretende dar resposta a necessidades da indústria farmacêutica e organismos públicos ligados à saúde, quer quanto a abordagens quantitativas, regulares ou Ad’ Hoc, como qualitativas.
O que motivou a Novadir a constituir o MEDPANEL? A área médica e farmacêutica é um mercado muito atractivo, particularmente o dos estudos ad’hoc. Este mercado, contando com os estudos regulares, representará cerca de 25% do total do mercado de estudos de mercado em Portugal. As características deste mercado, por imperativos legais, não permitem investimentos dos laboratórios ao nível da publicidade e promoção directa ao consumidor final dos seus produtos. Tendo por objectivos posicionamentos de sucesso para novos produtos, estudar o impacto da continuidade ou extensão de gama dos produtos existentes, identificar que mensagens e suporte promocional são mais adequados, e enquadramento numa nova realidade do mercado com incremento dos Genéricos e estabelecimento do Preço de referência, a Indústria coloca-se cada vez mais perante a necessidade de investir no Marketing Research junto dos seus targets preferenciais (médicos). Por outro lado ainda, a componente da recolha da informação, dos estudos de mercado, é cada vez mais difícil, e é-o sobretudo junto do target médico. Os médicos são muito assediados pelos laboratórios na área da visita médica (a única forma de que dispõem para promover os seus produtos) e têm uma agenda muito pesada (segundo um estudo que realizámos, cada médico de clínica geral vê, em média, cerca de 25 a 30 doentes por dia), tornando-se assim um target cujo acesso está cada vez mais dificultado. A taxa de sucesso ao primeiro contacto é muito baixa, e estimamos que o nível de insucesso se traduz por uma taxa de ausências temporárias da ordem dos 45% e de recusas explícitas de 27%. Estes condicionalismos fazem dos médicos pessoas muito pouco disponíveis para dar entrevistas e muito “caras” para os conseguir contactar. Colocou-se então a necessidade de dar respostas à indústria farmacêutica nos timings exigidos e da forma menos dispendiosa – o fundamental era ultrapassar em primeiro lugar a dificuldade de chegar ao médico, e em segundo, obter a disponibilidade deste para a entrevista. Cria-se então a ideia de construir um Painel Médico. Este Painel não é, no entanto, um painel tradicional. Ele é constituído por um grupo móvel de médicos com representatividade a nível nacional, seleccionados com aleatoriedade, segundo quotas de região e tipo de clínica exercida (privada/pública) a partir de um universo de cerca de 7000 médicos Clínicos Gerais. O facto de podermos realizar determinados tipos de estudos com amostras de diferente dimensão (entre os 80 e os 200), permite que haja uma grande rotatividade do painel de forma a não viciar os seus elementos. Qual a dimensão final desse painel? Inicialmente, durante o primeiro ano, teremos um Painel composto por 300 médicos Clínicos Gerais sistematicamente renovados. O objectivo é chegar a este número até ao final do primeiro semestre de 2003. Depois, consolidar e avançar para 500 até ao final de 2004. Estes médicos estão catalogados na nossa base de dados de acordo com determinadas variáveis: as geo-demográficas, mas também outras específicas como o tipo de prática (privada/pública), o regime (exclusividade ou não), anos de prática clínica, número de doentes em ficheiro e suas características (idade, sexo). Estes elementos permitem segmentações específicas de acordo com o tipo de estudos a desenvolver. Por exemplo: se houver necessidade de fazer um estudo na área da saúde pública infantil, é possível seleccionar apenas os médicos que possuem crianças ou jovens nos seus ficheiros e que exerçam actividade pública (Centros de Saúde e Hospitais). Que universo representa este painel? Que dimensão tem esse universo? O Painel representa os médicos clínicos gerais de Portugal, que se estima sejam cerca de 7000. Neste momento, quantos membros já fazem parte desse painel? Neste momento, o Painel tem já 100 médicos em actividade. A nossa prioridade foi começar pelas regiões de Lisboa e Porto, que neste momento estão cobertas; seguimos depois para Coimbra e a partir de agora iremos para o resto do país. Como está a ser feito o recrutamento do painel? Existe uma primeira acção, que é um mailing postal, dirigido a todos os médicos. Nesse mailing é apresentado o projecto e os médicos são avisados de um posterior contacto. Esta acção alargada tem como objectivo não apenas apresentar o projecto, como também prevenir as taxas de insucesso acima apontadas. Existe depois um segundo contacto telefónico realizado com base na listagens da Novadir. Este contacto é aleatório e realizado pela gestora do painel. Nele se apresenta o projecto e pede-se um contacto pessoal. É nesta fase que surge a grande taxa de recusa. Depois disso, baixa para 5/6%. Na entrevista pessoal, realizada pela gestora, é apresentado pessoalmente todo o projecto e toda a documentação relativa ao funcionamento do Painel. O médico assina um compromisso de honra em que diz que acede a fazer parte do Painel e se compromete a responder no timing que a Novadir precisa. É igualmente fornecido ao médico painelista um documento sobre o regulamento de funcionamento do painel e um catálogo de bonificações. Depois do médico aceitar pertencer ao painel, a Novadir contacta-o mensalmente, mesmo que não haja nenhum estudo em curso. Perante a realização de um estudo, os médicos são contactados e é marcada uma entrevista. O painel de médicos da Novadir servirá para a realização de que tipo de estudos? O MEDPANEL vai dar origem a dois tipos de estudos: ad’hoc e à criação de instrumentos regulares, havendo já um na área da visita médica. Outros regulares que constituam mais valia para o mercado estão em estudo. O MEDPANEL constitui um instrumento importante para a realização de vários tipos de abordagens: estudos de satisfação, de posicionamento, até mesmo de análises qualitativas. Como vai ser feita a recolha de informação? A recolha de informação estará dependente do tipo de estudos a desenvolver: poderemos realizar entrevistas pessoais, telefónicas ou postais. Por norma, as entrevistas são realizadas no local de trabalho do médico. A quem se destinarão os estudos realizados através deste painel? Estes estudos estão sobretudo dirigidos à INDÚSTRIA FARMACÊUTICA (laboratórios), mas também a entidades como o INFARMED e APIFARMA por exemplo. Quando se prevê que esteja em pleno funcionamento e apto a produzir resultados? A partir do segundo semestre deste ano, estará a funcionar em pleno com 300 médicos, depois 500 e depois iremos introduzir as especialidades.
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