Governo de Durão chumbado
Grupo Marktest,  27 julho 2004

placeholder Segundo os elementos do Barómetro Marktest/DN/TSF relativos ao período de governação de Durão Barroso, só Teresa Gouveia recebeu nota positiva. A actuação dos restantes ministros foi chumbada pela opinião pública.

Mensalmente, a Marktest realiza para o DN e a TSF um Barómetro, onde, entre outras, são colocadas questões sobre a avaliação da actuação dos ministros, líderes partidários, figuras de Estado e outras personalidades de referência social ou política. Desde Maio de 2002 (primeiro mês de recolha de informação após a tomada de posse do XV Governo Constitucional) que a questão "Em sua opinião diria que a actuação de .... tem sido POSITIVA ou NEGATIVA ? " é colocada aos residentes no Continente com 18 e mais anos. Com base nesta informação, é possível fazer uma avaliação da imagem de todos os ministros que compuseram o Governo liderado por Durão Barroso.

Nesta análise foi utilizado o índice de imagem criado pela Marktest que permite comparar os resultados obtidos pelos vários ministros e reduzir o efeito que as não respostas têm nos resultados da sondagem. Este índice resulta do rácio das avaliações positivas pelas negativas ponderado pela percentagem de respostas expressas. Valores superiores a 1 significam avaliações positivas e valores inferiores a 1 significam avaliações negativas da actuação do ministro.

A primeira constatação na análise destes resultados é que o Governo de Durão recebeu nota negativa. A média dos resultados obtidos pelos vários ministros nestes 26 meses foi negativa. Apenas Teresa Gouveia recebeu nota positiva (1.30), constituindo assim o único elemento do Governo que os portugueses entenderam ter tido uma actuação positiva neste período.

Próximos de um empate entre avaliações positivas e negativas estiveram três ministros: Isaltino Morais (ministro das Cidades e Ambiente, entretanto substituído por Amílcar Theias), Marques Mendes (ministro dos Assuntos Parlamentares) e Martins da Cruz (ministro dos Negócios Estrangeiros, entretanto substituído por Teresa Gouveia). Estes três ministros obtiveram um índice de avaliação de 0.95, 0.94 e 0.90, respectivamente, muito perto da unidade.

Amílcar Theias (ministro das Cidades e Ambiente, entretanto substituído por Arlindo Cunha) foi, pelo contrário, o ministro com avaliação mais negativa, obtendo um índice médio de 0.39. Com valores também baixos estiveram Sevinate Pinto (ministro da Agricultura e Pescas), Graça Carvalho (ministra da Ciência e Ensino Superior, que substituiu Pedro Lynce) e Arlindo Cunha (ministro das Cidades e Ambiente, que substituiu Amílcar Theias). Receberam valores de 0.41, 0.42 e 0.43, respectivamente.

O próprio Primeiro-Ministro recebeu avaliação negativa, com um índice médio de 0.61.

Os gráficos que apresentamos permitem analisar detalhadamente a avaliação de cada um dos ministros ao longo destes 26 meses de recolha de informação. Em termos de tendências descritas nestes gráficos, observamos que existiram três situações: ministros cuja imagem melhorou ao longo do período, ministros cuja imagem se manteve inalterada ao longo do período e ministros cuja imagem piorou ao longo do período . O quadro resume essa informação.

placeholder

Bagão Félix foi o ministro que registou menos alterações na sua avaliação. Manteve a mesma imagem ao longo de todo o período considerado, registando um índice médio de 0.84. A sua avaliação global é negativa, mas registou quatro momentos de avaliação positiva no período considerado. Marques Mendes também manteve a sua imagem inalterada, registando um índice médio de 0.94, tendo obtido por várias vezes avaliações positivas. Neste grupo de ministros com imagem tendencialmente estável há a referir os casos de Pedro Lynce e Carlos Tavares, ligeiramente a descer, e Sevinate Pinto, ligeiramente a subir.

No grupo dos ministros cuja imagem apresentou uma tendência de subida ao longo do período, foi Teresa Gouveia a que protagonizou mais claramente essa situação. O seu índice médio foi, como vimos, o mais elevado do elenco governativo, de 1.30, embora tenha registado uma diminuição importante em Junho de 2004 depois de em Maio ter tido o índice mais elevado de todo o elenco em todo o período de análise. Morais Sarmento e José Luis Arnaut registaram também uma tendência no mesmo sentido, tendo obtido respectivamente um valor médio de 0.68 e de 0.71.

Finalmente, no grupo de ministros que viu a sua imagem piorar ao longo do período de governação foi Paulo Portas o que mais claramente ilustra esta tendência. Nos primeiros quatro meses Portas recebeu uma avaliação manifestamente positiva para baixar bruscamente a partir daí, mantendo depois disso um índice sempre negativo. O valor médio do período é de 0.71. Manuela Ferreira Leite e Luis Filipe Pereira foram os outros dois ministros que mais viram a sua imagem baixar ao longo deste período. A primeira registou um índice médio de 0.65 e o segundo de 0.59.

O Barómetro Marktest/DN/TSF de Junho de 2004 teve a seguinte Ficha Metodológica. Consulte-nos para mais informações sobre este assunto.

Arquivo de notícias

Em Agenda ver mais