Os números das greves

Questões salarias estiveram na origem de mais de metade das greves no 4º trimestre de 2001, segundo indicadores divulgados pelo DETEFP (Departamento de Estatística do Trabalho, Emprego e Formação Profissional) do Ministério da Segurança Social e do Trabalho.

Ao longo do 4º trimestre de 2001, e face a igual período do ano anterior, os valores de todos os indicadores apresentados no quadro abaixo, à excepção do número médio de dias de trabalho perdidos por trabalhador em greve, foram os mais altos do último triénio. Durante este período, 84.2% das greves registaram uma duração entre 1 a 5 dias.

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Nas 57 greves registadas neste último trimestre verifica-se que as mesmas ocorreram sobretudo nas “Indústrias Transformadoras”, que representam 38.6% do total das greves ocorridas, e nos “Transportes, Armazenagem e Comunicações”, com 28.1%. Nas indústrias transformadoras destaca-se especialmente a indústria da pasta, papel e cartão.

Quanto ao número de trabalhadores em greve, observamos que os sectores onde existe uma maior mobilização de trabalhadores são os mesmos. Os transportes, armazenagem e comunicações mobilizaram 5238 trabalhadores, seguido das “Indústrias Transformadoras” com 2647 trabalhadores. É igualmente naqueles dois sectores que mais dias trabalho perdidos por greve se registaram, uma média de 420.5 e 449.2 dias de trabalho perdidos por greve.

As questões salariais encontram-se na origem de mais de metade das reivindicações dos trabalhadores (50.9%), seguidas das que dizem respeito à duração do trabalho (24.5%), ao emprego (10.4%), à regulamentação colectiva (8.5%) e à higiene e segurança (4.7%).

Ao nível regional, foi o distrito de Lisboa o que mais trabalhadores mobilizou (3 485) e Leiria onde mais dias de trabalho se perderam (7074). Mas foi em Portalegre que mais se sentiu o impacto das greves, uma vez que registou o valor mais elevado em relação à taxa de trabalhadores em greve, 18.9 trabalhadores em cada mil aderiram a greves durante este período.

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Entre 1990 e 1999, realizaram-se em média de 272 greves, tendo sido em 1994 o ano em que mais greves se registaram, nomeadamente 409 greves, revelam os indicadores estatísticos do DETEFP.

Ao longo da década de 90 o número total de greves foi decrescendo, principalmente a partir de 1994, assim como o número de trabalhadores em greve. Em 1990, nas 271 greves realizadas aderiram 128.9 mil trabalhadores, significando que aderiram cerca de 476 trabalhadores por greve. No final da década de 90 a realidade alterou e das 200 greves registadas, aderiram cerca de 33.5 mil trabalhadores, tendo paralisado cerca de 168 trabalhadores por greve. Em 10 anos, o número de trabalhadores em greve reduziu de forma mais significativa que o número de greves efectuadas.

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Nota Metodológica :

A recolha e Tratamento da informação relativa a Greves resulta de um trabalho conjunto do Departamento de Estatística do Trabalho, Emprego e Formação Profissional, do Instituto de Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho e da Direcção-Geral das Condições de Trabalho, do Ministério da Segurança Social e do Trabalho.

Este estudo abrange todas as greves do Continente e Regiões Autónomas e todos os sectores de actividade económica, à excepção da Administração Pública. Os valores apresentados dizem apenas respeito às greves de paralização durante o horário normal de trabalho, isto é, greves cujos principais reflexos (número de trabalhadores em greve e número de dias de trabalho perdidos), são passíveis de ser quantificados, produzindo dados estatísticos.
Os dados apurados neste 4º trimestre de 2001 são relativos a “greves de empresas” e a “greves de pluriempresa”. Dizem respeito apenas a “greves clássicas”, ou seja, greves que implicaram paralisação durante o período normal de trabalho e cuja quantificação produz dados possíveis de ser objecto de análise estatística.


Fonte: DETEFP/MSST

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